quarta-feira, 8 de maio de 2013

Entrevista a José Sousa Carvalho


Esta foi uma entrevista realizada ao sócio gerente da empresa Rosicar Indústria de Cerâmica Lda, José de Sousa Carvalho com a finalidade de conhecer o método de gestão de recursos humanos utilizado.

Tem algum departamento ou alguém encarregue de gerir os recursos humanos da empresa? Se não tem, porquê?
Não temos nem nunca tivemos um departamento de RH pois como é uma empresa de pequena dimensão não necessitamos e também em termos financeiros não nos é possível, principalmente neste tempo de crise. Mas temos um departamento administrativo e é nesse departamento que fazemos todas as decisões a nível da empresa.

Visto que não possui nenhum departamento de RH sente dificuldade em gerir os seus funcionários?
Não, porque todos os funcionários que a empresa tem pode-se dizer que são da “casa”, todos já conhecem as regras de funcionamento da empresa, damo-nos todos bem, e até alguns deles andaram comigo na escola. Sempre que peço algum favor aos trabalhadores, como por exemplo fazer horas extra eles mostram-se disponíveis, ou mesmo quando é necessário recrutar, como estamos numa localidade pequena todos nos conhecemos e é fácil arranjar A, B ou C com experiência para trabalhar cá. Por isso não sentimos qualquer tipo de dificuldade em gerir os trabalhadores.

Qual é o método de recrutamento que utiliza?
É assim, nós não temos nenhum método em específico, como disse à pouco estamos numa localidade pequena e arranja-se facilmente alguém para ocupar um cargo na empresa, ou então conversamos com os nossos trabalhadores a perguntar se conhecem alguém com experiência para o posto de trabalho a ocupar.

Na fase de recrutamento o que acha mais importante, a formação ou a experiência?
No nosso ramo de actividade acho sem dúvida que a experiência prevalece sobre a formação, isto porquê? Porque as actividades cá desenvolvidas não necessitam de qualquer tipo de formação, qualquer pessoa pode trabalhar na cerâmica, basta mostrar uma vez como o trabalho deve ser feito e facilmente se consegue fazer à primeira. Por isso é que preferimos a experiência pois assim fazem os trabalhos mais rápidos não esquecendo que também terá de ser feito com qualidade.

Sente diferença entre trabalhar com homens ou com mulheres?
Nós até temos mais mulheres que homens, mas por vezes geram-se situações e discussões entre elas, que se calhar fossem homens não haveria situações tão mesquinhas. Eu tenho um ditado que diz:” com os homens posso contar, com as mulheres é um blá blá blá que nunca ninguém lhe chega lá.”

Como avalia, isto é, se avalia, os seus funcionários?
É assim, se um trabalhador tem como objectivo tirar 1000 peças por semana, eu avalio pelo cumprimento ou não desse objectivo e neste caso avalia-se a responsabilidade de cada um, porque vamos supor que precisamos das 1000 peças para a encomenda que sai na segunda feira logo de manhã e o trabalhador na sexta feira vai embora e só tinha 900 peças, eu não posso permitir que isso aconteça. Os trabalhadores têm que ser responsáveis, e normalmente isso não acontece.

Como classifica a sua relação com os seus funcionários?
Acho que é uma relação muito correcta, somos directos não temos qualquer tipo de problema em dizer o que se passa de errado em sector X ou Y. Temos uma relação próxima, passo a maior parte do tempo a trabalhar no sector fabril, ou seja no fundo sou como um colega de trabalho.

Costuma dar muita ou pouca liberdade aos seus funcionários?
Costumo dar bastante liberdade, gosto que os trabalhadores se sintam à vontade, não quero que eles tenham “medo” porque não é isso que se pretende dentro da empresa. Gosto de servir os meus funcionário para que quando algum dia eu precise eles também se lembrem que eu os apoio em tudo que façam cá dentro.

Acha que é o método mais adequado para o bom funcionamento da empresa?
Tenho a certeza que sim, porque não é a controlá-los que as coisas andam para a frente, nem eles se sentem à vontade. É preferível deixar trabalhar à vontade deixar que eles próprios vejam o que faz falta fazer e que até façam “surpresas” ao próprio patrão. Eu dou-lhes liberdade e acho que é a melhor coisa que existe.

Para concluir, acha que os seus empregados se sentem bem dentro da empresa?
Penso que sim, porque todos os funcionários já pertencem a esta empresa há vários anos, temos confiança uns nos outros, somos amigos, de vez em quando marcamos jantares convívios, pois acho fundamental numa empresa haver momentos de lazer, para fazer “esquecer” um pouco a pressão do trabalho.
Então vamos supor que uma empresa concorrente faz uma proposta a um dos seus funcionários acha que eles permaneciam na sua empresa?
É assim, a meu ver penso que ninguém sairia daqui pelos mesmos valores salariais. Só se a outra empresa fizesse uma proposta bastante generosa. Eu digo isto pois tenho confiança no meu pessoal e sei que nenhum deixaria ficar mal a empresa. Pois se não houver confiança não há empresa.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Fases de implementação da Política de Cargos e Salários


Fase A – Organização e Planejamento do Trabalho – Nessa fase inicial deverão ser coletadas todas as informações que permitam um conhecimento genérico de cunho organizacional, funcional e hierárquico; políticas, procedimentos e níveis de remuneração atualmente praticados; aspectos estratégicos, administrativos, objetivo, mercado concorrente, sindical, etc. e tudo mais que cerca a empresa no que tange ao relacionamento com sua mão-de-obra. Todas essas informações têm um caráter de extrema importância para o melhor entendimento da cultura da empresa, fundamentais para o sucesso do projeto. O legítimo envolvimento e interesse do corpo executivo com relação ao projeto são definitivos para o sucesso do trabalho. 

Fase B – Divulgação – A divulgação do projeto é extremamente importante para dar conhecimento a todos os níveis e colaboradores da organização acerca dos objetivos e metodologia a serem empregados, bem como o de buscar uma postura participativa e o comprometimento de todos, estabelecendo um canal de comunicação único e transparente, minimizando expectativas geralmente criadas por falta ou omissão de informações. 

Fase C – Levantamento de atribuições – É a fase em que se deve identificar e levantar todas as funções existentes na empresa em todos os níveis através de processos de entrevistas e/ou questionários para a elaboração das descrições de cargo. O processo de levantamento também deve servir para análise, uniformização e padronização dos cargos. 

Fase D – Descrições de cargo – O levantamento e análise de todos os postos de trabalho da empresa é que serão o subsidio para a elaboração das descrições de cargo. Ela é a narrativa que contém os aspectos intrínsecos do cargo, seu conteúdo, ou seja, o que o cargo faz, como faz e para que faz, bem como com as especificações, competências e habilidades para o pleno desempenho do ocupante da posição. 

Fase E – Avaliação e classificação dos cargos – É o momento de adequar o valor relativo de cada cargo (equilíbrio interno), ou seja, dimensionar e hierarquizar por ordem de importância todos os cargos da organização. Existem diversas técnicas e metodologias de avaliação de cargos, e a empresa deverá escolher qual a mais adequada às suas necessidades. 

Fase F – Pesquisa salarial – Junto com a avaliação dos cargos é parte fundamental de todo o PCS. A pesquisa salarial objetiva obter elementos de comparação entre a estrutura da empresa e os níveis de remuneração praticados pelas principais empresas do mercado na qual a organização se insere. É a garantia da eqüidade externa de qualquer política salarial, deve ser feita através de uma pesquisa de mercado junto às outras empresas da mesma região, porte, ramo de atividade etc. Existem várias modalidades de pesquisa salarial. A tendência mais usual é via "web", pesquisas salariais previamente elaboradas por consultorias especializadas e disponibilizadas na internet. 

Fase G – Determinação de estrutura salarial – Nessa fase a empresa deverá fazer o "casamento" entre a avaliação de cargos e os resultados da pesquisa salarial; é o momento onde se calcula os valores das faixas salariais para cada cargo ou grupo de cargos da empresa, bem como é o momento em que a organização vai determinar o grau de agressividade definido pelo salário médio de mercado. 

Fase H – Exercício de enquadramento de cargos e salários – É a fase em que se calculam todos os custos envolvidos na implantação do PCS, bem como a estratégia de implantação de acordo com as condições financeiras da empresa tentando minimizar os impactos que porventura possam ocorrer. 

Fase I – Política de cargos e salários – Aqui "fechamos" todo o processo de criação e implantação do PCS, bem como os mecanismos para a manutenção do mesmo. A Política de Cargos e Salários consiste no conjunto de normas, procedimentos e ações que zelam pelas premissas básicas da administração de cargos e salários, são os critérios utilizados para as trajetórias de cargos e salários; políticas de crescimento profissional; modalidades de crescimento profissional (aumento horizontal, promoção vertical, promoção vertical no mesmo cargo, promoção vertical com mudança de cargo); posicionamento da estrutura salarial frente ao mercado de trabalho; periodicidade da atualização da estrutura de cargos e salários, etc.

Retirado de: http://www.lideraonline.com.br/artigo/42341-a-importancia-do-sistema-de-remuneracao-na-gestao-de-rh.html

domingo, 5 de maio de 2013

Conflito



"Processo que se inicia quando um indivíduo ou grupo se sente negativamente afectado por outra pessoa ou grupo.”
De Dreu, 1997

Fonte :http://catarinanobre.blogspot.pt/search?updated-max=2009-11-10T22:05:00Z&max-results=20&start=20&by-date=false

sábado, 4 de maio de 2013

Recrutamento para quê?



As empresas precisam constantemente de recorrer a diversos meios de recrutamento para conseguirem preencher vagas em aberto. Existe por isso um elo de ligação forte entre a empresa e os potenciais colaboradores. Da mesma forma que os indivíduos empreendem esforços para conseguir entrar para essas empresas, também as empresas procuram por indivíduos com as qualificações necessárias para entrarem para o quadro de funcionários.
O objectivo comum é estabelecer uma relação de troca de benefícios, que será mais satisfatória se a pessoa escolhida apresentar os requisitos adequados. Torna-se por isso fundamental a realização de um processo de recrutamento e selecção o mais eficaz possível.

Fases do recrutamento

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Associação Comercial e Industrial de Barcelos forma desempregados


A Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) encontra-se a promover quatro cursos destinados a adultos em situação de desemprego, contando actualmente com 88 formandos.
Os quatro cursos - Operador de Informática, Técnicas de Ação Educativa, Animador Sociocultural e Técnicas de Secretariado – são equivalentes ao 12º ano e incluem estágio numa das «mais de 80 empresas envolvidas nesta iniciativa», diz a ACIB em comunicado.
Em nota de imprensa, a ACIB informa que «este número faz subir para 600 o total de adultos desempregados que receberam formação profissional através dos cursos promovidos» pela associação desde 2009, «registando uma taxa de sucesso significativa, quer no número de desempregados que concluíram a formação, quer na taxa final de empregabilidade superior a 50%».
Citado na nota de imprensa, João Albuquerque, presidente da ACIB, considera que «com os elevados níveis de desemprego alcançados em Portugal, é importante potenciar uma resposta formativa que proporcione a quem está desempregado o aumento das suas competências escolares e técnicas».

70 empresas portuguesas aderiram ao «Out of Office Day»



A iniciativa lançada pela Microsoft teve, em Portugal, a adesão de 70 empresas, entre as quais o Grupo CH, a Lift Consulting, a Jason Associates, a Fundação Champalimaud e o Ministério da Agricultura. Alemanha, Canadá, Reino Unido e Suíça são alguns dos países onde o «Out of Office Day» tem maior expressão.

O conceito é simples – a 7 de Março, os colaboradores podem trabalhar em casa, na esplanada, no café. Podem levar os filhos à escola e evitar as filas de trânsito.
Podem gastar menos gasolina, energia e recursos.
Com o apoio do Ministério da Economia, a proposta da Microsoft chega agora a Portugal com o intuito de promover a flexibilidade, melhorar a qualidade de vida e o ambiente familiar dos colaboradores, diminuindo o impacto ambiental das suas deslocações.
A iniciativa visa ainda promover a produtividade. Segundo um estudo da Microsoft, 68% dos trabalhadores portugueses são mais produtivos quando estão fora do ambiente formal de trabalho. A nível internacional, este conceito já foi apreendido e muitas empresas começam mesmo a incentivar práticas que não obedecem aos horários típicos e presença constante no local de trabalho.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sistema de Recompensas

 É o conjunto que constituem a contrapartida da contribuição prestada pelos empregados aos resultados do negocio.
Tem como bases:
  • articulação com os objectivos estratégicos da empresa;
  • critério de atribuição das recompensas deve basear-se no desemprenho e contribuição para os resultados do negocio;
  • ser uma fonte de motivação e produtividade para os empregados.
Objectivos:

Recompensas, reconhecimento e motivação



 Os sistemas de recompensa são diferenciadores para o nível de motivação e satisfação dos trabalhadores mas, também, para avaliar o empregador.
Conseguir, em tempos de crise, que os trabalhadores actuem de modo eficiente e eficaz, constituindo uma mais-valia para o alcance dos objectivos das organizações, implica um esforço redobrado na implementação de medidas estratégicas e competitivas que contribuam para a sua satisfação e motivação.

Aceite como válido que as pessoas abandonam as chefias e não as organizações, constitui-se como preocupação de qualquer gestor dotar-se de condições que fomentem a motivação e o sentimento de pertença dos seus colaboradores e potencie o aproveitamento do potencial que cada um detém.

Com um propósito específico de orientar o desempenho individual para o cumprimento dos objectivos organizacionais e em conjunto com o salário e as promoções, o sistema de recompensas e benefícios complementares constitui um dos principais factores de motivação. O desenvolvimento e implementação de um sistema de recompensas é um processo complexo que deve ser desenvolvido de forma progressiva e cuidada, atendendo aos objectivos e características quer individuais quer organizacionais. Com diferentes lógicas, podem-se construir sistemas de recompensa baseados em paradigmas de quantidade, qualidade ou esforço e desenvolvimento, sendo que na sua implementação é essencial a adequação à cultura e objectivos organizacionais.

Decorrente das exigências dos mercados nacionais e internacionais, os sistemas de recompensas têm vindo a adquirir uma maior complexidade, integrando diversos benefícios, desde sociais a financeiros e materiais, como é o caso da atribuição de viatura. Sobre a utilização pessoal de viatura automóvel há que ter presente as respectivas incidências fiscais e que tal atribuição constitui, em regra, verdadeira retribuição salvo se se estiver na presença de um acto de mera tolerância por parte do empregador.

Para além da atribuição de automóvel, seguro de saúde, telemóvel e outros incentivos muito em voga, as organizações podem, ainda, optar por implementar com carácter experimental e aleatório um sistema de prémios de duração limitada, que possibilite a cada trabalhador receber um prémio segundo condições e modalidades estabelecidas em acordo. A eventual associação dos trabalhadores ao desempenho da organização pode servir de elemento determinante para garantir a continuidade e o crescimento da mesma. Nestas situações de transitoriedade, é essencial que as partes reconheçam a inexistência de um compromisso por parte da organização de manter tal sistema (no todo ou em parte) ou de conceder qualquer vantagem similar ou equivalente no final do período previsto para a respectiva duração. De facto, tais ressalvas são essenciais, uma vez que a lei prevê que se considere retribuição as prestações relacionadas com os resultados obtidos pela empresa quando, quer no respectivo título atributivo quer pela sua atribuição regular e permanente, revistam carácter estável independentemente da variabilidade do seu montante. Considera-se, igualmente, retribuição as gratificações que sejam devidas por força do contrato ou das normas que o regem, ainda, que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços do trabalhador, bem como as gratificações que pela sua importância e carácter regular e permanente devam, segundo os usos, ter-se como elemento integrante da retribuição.

Antes da implementação de qualquer sistema de recompensas é essencial averiguar se as prestações em causa estão incluídas ou excluídas da noção legal de retribuição, nos termos da qual "a retribuição compreende a retribuição base e outras prestações regulares e periódicas feitas, directa ou indirectamente em dinheiro ou em espécie e presume-se constituir retribuição qualquer prestação do empregador ao trabalhador". Note-se que, em regra, "o valor das prestações retributivas não pecuniárias não pode exceder o da parte em dinheiro". A delimitação do conceito de retribuição é importante, uma vez que a legislação laboral serve-se de tal conceito como base de cálculo de diversos créditos laborais.

Sem prejuízo do exposto, é ainda essencial que todos os sistemas de recompensa tenham como orientação os princípios legais, a fim de se garantir sempre a suficiência salarial (retribuição mensal mínima garantida), a igualdade remuneratória (para trabalho igual, salário igual), a relativa intangibilidade da retribuição (nomeadamente impossibilidade de compensação, penhora ou renúncia) e a irredutibilidade da retribuição (impossibilidade de diminuição da retribuição excepto, por exemplo, nas situações de redução do tempo de trabalho, suspensão do contrato de trabalho ou descida de categoria profissional quando legalmente admitida). Este último princípio não obsta à alteração do modo de cálculo da retribuição no que concerne à relação entre a remuneração base e os respectivos complementos desde que não resulte diminuição dos valores efectivamente pagos aos trabalhadores.
Adicionalmente, importa salientar que também as normas previstas nos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho (IRCT) aplicáveis às organizações não podem ser descuradas nos sistemas de recompensa.

Para além da justa remuneração os sistemas de recompensas constituem-se como elementos diferenciadores, não só para o nível de motivação e satisfação dos trabalhadores como também para apreciação do valor enquanto empregador.

28 Outubro 2010, 11:31 por Alzira Duarte, Cláudia Torres